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Causas da Depressão

“Enquanto aguardamos aquilo que virá, não podemos deixar de viver aquilo que pode ser vivido agora”.

Mário Sérgio Cortella

 

 

As prováveis causas da depressão

 

A depressão vem sendo bastante estudada nas últimas décadas. Ela acomete um grande número de pessoas, independente de idade, gênero, raça, escolaridade ou situação financeira. Não é raro sermos surpreendidos pela notícia de que alguém famoso e bem-sucedido está passando por um quadro depressivo. E, nesses casos, é comum as pessoas questionarem quanto ao que pode ter levado aquela pessoa à depressão. 

O que as diversas pesquisas no tema sugerem é que a depressão, assim como a maioria dos transtornos psiquiátricos, é uma doença multifatorial. Dessa forma, acredita-se que diferentes fatores podem contribuir para o surgimento e manutenção da doença, incluindo aspectos genéticos e ambientais. 

 

Fatores genéticos

 

Os fatores genéticos desempenham um papel importante no desenvolvimento do transtorno depressivo. Familiares de pessoas que sofrem ou já sofreram de depressão no passado apresentam risco aumentado de desenvolverem a doença ao longo da vida. 

No caso de familiares de primeiro grau, como pais ou filhos, o risco pode ser de duas a quatro vezes maior em comparação a pessoas que não apresentam casos na família. Os riscos parecem ser mais altos para as formas de início precoce e recorrente. Em estudos desenvolvidos com gêmeos, a depressão pode apresentar concordância em até 50% dos casos.

Porém, apesar desses fatores genéticos associados, os familiares de quem apresenta depressão não devem encarar isso como uma “sentença” a respeito de desenvolverem a doença. Pelo contrário, devem usar essa informação a seu favor, conhecendo os sintomas associados a depressão, assim como as possíveis estratégias para prevenir os sintomas depressivos. Além disso, em caso de identificação de sintomas compatíveis com a doença, buscar auxilio médico ou psicológico será de grande importância.

 

Fatores Ambientais

 

Diferentes experiências adversas ao longo da vida podem contribuir para o desenvolvimento de sintomas depressivos. Apesar do transtorno muitas vezes ter início sem nenhuma situação adversa precipitante, vivenciar situações estressantes pode aumentar o risco. Veja alguns exemplos de situações adversas:

  • Perda de um familiar
  • Doença médica
  • Dor crônica
  • Abuso sexual na infância
  • Divórcio
  • Problemas financeiros
  • Problemas nos relacionamentos interpessoais
  • Sofrer bullying
  • Exigências excessivas no trabalho

 

Além disso, o abuso de substâncias, como o álcool e outras drogas, pode aumentar o risco de transtorno depressivo. O consumo de drogas costuma causar gratificação imediata e sensação de alivio momentâneo, no entanto, algum tempo depois, o efeito reverso aparece, estimulando o início de um quadro depressivo ou intensificando os sintomas já existentes. 

Mesmo substâncias lícitas, como alguns medicamentos, quando usadas sem orientação médica e de forma abusiva, podem influenciar na saúde mental. Um exemplo é o uso de anfetaminas, que gera efeitos como maior energia, disposição e euforia a curto prazo. Porém, esse efeito temporário pode ser seguido de um efeito rebote caracterizado por desmotivação e tristeza, aumentando as chances de um quadro depressivo. 

Outro aspecto atual que vem chamando a atenção de profissionais da área de saúde mental refere-se ao uso das redes sociais. De acordo com estudos recentes, a exposição excessiva as redes sociais aumenta o risco de sintomas depressivos.

O que acontece no cérebro da pessoa com depressão?

Para responder a essa pergunta, precisamos entender sobre a chamada neurobiologia da depressão. Dentre os estudos sobre o tema, destacam-se os achados associados a alterações em sistemas de neurotransmissão. 

Neurotransmissores são definidos como mensageiros químicos que transportam, estimulam e equilibram os sinais entre os neurônios, ou células nervosas e outras células do corpo. Dentre os neurotransmissores mais estudados na depressão, destacam-se a serotonina, a noradrenalina e a dopamina, cuja regulação é alvo de diversos antidepressivos. Mais recentemente, alterações no sistema glutamatérgico, além de alterações hormonais, no sistema imune e em fatores neurotróficos, também foram observadas na depressão. Importante notar que vários medicamentos e intervenções psicoterapêuticas agem nessa neurobiologia para melhorar os sintomas depressivos. 

O modelo cognitivo-comportamental

 

Os fatores psicológicos também podem estar implicados nas causas da depressão. Na década de 1960, o psiquiatra norte-americano Aaron Beck, através dos estudos sobre terapia cognitivo-comportamental, identificou um padrão de pensamentos comum a pacientes com transtorno depressivo. Dessa forma, observou que o humor e os comportamentos negativos eram resultados de pensamentos distorcidos. No texto “Modelo cognitivo-comportamental da depressão” você encontrará mais informações sobre esse tema.

 

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Escrito por: Analise Vivan

Referências:

 

Bains N, Abdijadid S. Major Depressive Disorder. 2022 Apr 14. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan–. PMID: 32644504.

 

Malhi GS, Mann JJ. Depression. Lancet. 2018 Nov 24;392(10161):2299-2312. doi: 10.1016/S0140-6736(18)31948-2. Epub 2018 Nov 2. PMID: 30396512.

 

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